Não se sabe ao certo da data de fundação da Banda mas ela andará por volta do ano de 1800. Dados mais recentes revelam-nos que por volta do ano de 1910 devido a divergências entre os elementos da banda houve uma separação formando-se então duas bandas. Mas não foi por muito tempo que se mantiveram assim, talvez uns cinco anos entre 1910 e 1915, depois uniram-se e formaram uma só com cerca de trinta elementos.
Nessa época o dia a dia da banda era bastante complicado pois os músicos tinham que ir a pé para as romarias, fazendo caminhadas por vezes de dezenas de quilómetros, havia dificuldade em arranjar fardas, instrumentos e partituras.
O peso da interioridade também se fazia sentir pois as lojas de instrumentos mais próximas eram no Porto e como se sabe nessa altura as viagens eram difíceis.
Os ensaios realizavam-se à luz da candeia ou petromax…
É admirável a nobreza do espírito dessa gente, que numa altura em que se passava fome, a vida era árdua, a pobreza era grande, estes parafitenses tinham um espírito nobre e inovador: dedicaram-se à música!
Mesmo com todas as contrariedades a Banda manteve-se unida até 1964.
Desde 1910 até 1964 a Banda teve oito maestros, sendo alguns deles oriundos da terra.
Foi neste ano que a Banda se desmembrou devido a duas principais causas:
-A emigração.
-A construção da barragem que “roubou” muitos terrenos às pessoas, e estas migraram com o dinheiro que receberam das indemnizações.
Mas entre a gente que ficou na terra e os emigrantes pairava ainda o sonho, de terem novamente a Banda em actividade.
Isso só foi possível em 1988 quando algumas pessoas que tocavam na antiga Banda voltaram para a terra, destacando-se o Sr. João Dias “Guicho”, que foi um dos principais impulsionadores iniciais, em conjunto com António Rodrigues, António Dias, Dr. Custódio Montes, Artur Guerreiro e muitos outros.
Graças à carolice, ao entusiasmo e ao bairrismo destes e mais alguns filhos da terra que não se pouparam a sacrifícios ou incómodos para a valorização da sua terra, foi conseguida a reformulação da Banda (1988).
Nesta altura muitos jovens da terra e de aldeias vizinhas começaram a aprender música para depois poderem ingressar na banda.
A primeira actuação da Banda depois de ressuscitada aconteceu no dia 25 de Abril de 1990, numa actuação memorável em que uma multidão aplaudiu e acompanhou a banda a tocar pelas ruas de Montalegre.
Desde 1988 (quando a banda foi reformulada) até hoje a banda já teve 11 maestros:
– João Dias “Guicho”
– Domingos Magalhães
– Eugénio Guedes
– António “Precioso”
– Amílcar Cunha
– Jacinto Maria
– António Coelho
– Fernando Moreira
– Justino Costa
– Manuel Monteiro
– Nuno Cachetas Pinto (Atual)
Desde essa altura, a Banda contou também com várias direcções que tudo fizeram para a dinamização e progresso da Banda e vários mecenas que em muito ajudaram, contribuindo com o seu esforço e os seus donativos. De entre estes destaca-se o Dr. Padre Manuel Alves, que além de doar vários instrumentos, ofereceu à associação o terreno para a construção da sua nova e moderna sede.
Actualmente a banda é constituída por muitos jovens e tem na escola de música o seu principal viveiro de artistas.
Esta é uma banda que participa regularmente em muitas e das mais famosas romarias, sendo presença assídua no São João de Braga, São Bento da Porta Aberta, Sra. da Saúde de Valpaços, Festas da Vila do Gerês, Sr. da Piedade em Montalegre, São Bartolomeu em Ponte da Barca, São Miguel em Cabeceiras de Basto, Monção, Melgaço e muitas outras festividades nos concelhos de Montalegre, Boticas, Porto, Maia, Braga, Vila Verde, Vieira do Minho, Amares, Chaves, Viana do Castelo, Fafe, Vila Real e na vizinha Galiza.
Já fez concertos com muito sucesso em várias salas do Norte do País, entre as quais o auditório do Lar do Comércio na Maia, caves “Sandeman” em Vila Nova de Gaia, no auditório de Aveleda em Braga, várias actuações no Auditório Municipal de Montalegre, entre outros.
Em 2014 participou no 1.º Concurso Internacional de Bandas “Filarmonia D’Ouro” no Europarque, obtendo o 5.º lugar na 2.ª Secção, tendo participado nesse mesmo concurso em 2016, na 2.ª secção obtendo pontuação de 3.º prémio. Participou também em 2017 no Concurso de Bandas Filarmónicas de Braga.
Gravou já três CDs, em 2000, 2006 e 2017.
É presença assídua nas recepções a entidades oficiais em Montalegre (tocou em várias recepções e guardas de honra a presidentes da república, 1ºs ministros, ministros, secretários de estado, entre outras autoridades civis, militares e religiosas) sendo uma “bandeira” do concelho, sempre presente nas conhecidas Feiras do Fumeiro, Feiras da Vitela, e também em iniciativas próprias, como concertos de Natal, festivais de bandas, concertos temáticos, entre outros.
Realizou, em conjunto com o Grupo Coral de Montalegre, concertos inéditos onde a música coral e instrumental se fundiram para proporcionar um espetáculo diferente e de muito agrado. Já acompanhou e integrou diversos instrumentos solistas não muito comuns numa banda, como o acordeão e a concertina e a guitarra elétrica. Acompanhou cantores a solo, nomeadamente a virtuosa soprano Sílvia Sequeira no concerto de Ano Novo 2020.
Fez em 2018 um concerto inédito em Montalegre denominado “Sinfonia Pop” onde juntou a banda com 3 cantores e um grupo rock, num espetáculo de música, som e luz que ficou na memória do público presente.
Em agosto de 2022 realizou um concerto memorável em Montalegre em conjunto com os “Quinta do Bill”, em formato sinfónico, que atraiu uma multidão à praça do município, que delirou com a combinação da banda em conjunto com o folk e rock dos Quinta do Bill.
Participou na organização de estágios e masterclasses para instrumentos de sopros, cordas e percussão das quais destacamos o Workshop de Verão 2009 a 2014 em Montalegre da Orquestra Metropolitana de Lisboa, nos quais estiveram integrados sempre 10 a 12 músicos da banda e também o estágio e concerto da Banda Fórum – Filarmónica Portuguesa em Montalegre em Novembro de 2008 no qual estiveram integrados 10 músicos da banda.
Organizou na sua sede, em 2016, o 1.º Workshop de Jazz, contando com a colaboração da Escola de Jazz de Braga e com professores de nível internacional como Xosé Migueléz e Richard Okkerse.
Organizou, na sua sede, várias edições da “Oficina de Improvisação Sinfónica” em conjunto com Henrique Apolinário, responsável pelos serviços educativos da Orquestra de Jazz de Matosinhos e colaborador dos serviços educativos da Casa da Música.
No conhecido livro de Bento da Cruz “Histórias de Lana Caprina” existe um capítulo intitulado “Os de Parafita”, cuja narrativa é inteiramente dedicada às Banda e às peripécias que os músicos passavam nas romarias doutros tempos…
Destaca-se também a participação no filme “Para Que Este Mundo Não Acabe” do famoso realizador João Botelho, a participação na gravação dos virais spots publicitários para a Optimus, da campanha “Aldeia Global”, a reportagem da RTP1 sobre um ensaio da Banda, a participação em directo no programa “Passeio Público” da RDP – Antena 1, artigo de uma página inteira dedicado a esta Banda no Jornal de Notícias de 7 de Novembro de 2004, e várias aparições de destaque nos jornais “O Montalegrense”, “Correio do Planalto”, “Povo de Barroso”, “A Voz de Chaves”, “Semanário Transmontano”, “Notícias de Chaves”, “Correio do Minho”, “Jornal de Santo Tirso”, “Jornal Maia Hoje” também nas rádios RM – Rádio Montalegre, Antena 1, Rádio Clube de Paços de Ferreira, Rádio Voz de Santo Tirso, Antena Minho, Rádio Galega, e nos sites www.bandasfilarmonicas.com (Site dedicado à comunidade de bandas filarmónicas de Portugal), www.tvbarroso.com (TV Barroso – Televisão Online), www.altotamegatv.com (Alto Tâmega TV – Televisão Online), Sinal TV, e www.cm-montalegre.pt (Município de Montalegre), entre muitos outros.
Durante a pandemia Covid-19 realizou estreia de obras online, com uma qualidade surpreendente, mesmo com os músicos confinados, fazendo gravação individual cada um em sua casa e mistura final em pós-produção. Também durante esta fase foi pioneira na organização da escola de música online via videoconferência e plataformas digitais colaborativas.
A escola de música é dirigida pelo maestro Nuno Cachetas, e conta com mais 6 professores diplomados, que colaboram com ele na formação de novos músicos, substituindo-se ao estado neste território, promovendo o ensino de qualidade da música, num concelho onde não há nenhum conservatório nem ensino artístico oficial publico ou privado.